Dia mundial

Conscientização é o primeiro passo para lidar com o autismo

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Hábitos que são considerados simples para muitas pessoas, como escovar os dentes ou até mesmo falar, podem ser grandes desafios para quem tem o transtorno espectro autismo. Mas basta que sejam oferecidos estímulos para quem é diagnosticado com a doença para que a vida fique mais fácil. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado nesta quinta-fera, é dedicado a campanhas de divulgação e informação sobre o transtorno.

— É preciso acabar com essa ideia leiga de que o autista não interage. Quando ele é estimulado, ele se engaja e dá respostas de interações — explica o psicólogo Carlo Schmidt, doutor em Educação Especial.

A disseminação de informações é uma ideia compartilhada por quem convive com ela. É o caso de Daniel da Silva Costa, 40 anos, e da mulher dele, Ana Paula Silva Costa, 35. Eles são pais de Arthur, 9, diagnosticado autista aos 2 anos.

— É importante que outros pais orientem os filhos a perceber que uma criança autista não é uma criança chata ou uma criança que não gosta dos amigos, e, sim, que tem uma forma diferente de pensar e agir — defende Ana Paula.

Criança parou de falar
O casal começou a desconfiar quando o filho, que já sabia diversas palavras, parou de falar. Logo, a família mudou de cidade, e Arthur não gostou da mudança. A escola chamou os dois e alertou sobre comportamento do pequeno, que era diferente de outras crianças.

— A gente foi atrás de o entender que era autismo e como tratar e desenvolver. A primeira coisa que se ouve falar é que não tem cura. Para quem desconhece o tema, esta informação é chocante — relata o pai.

A doença atinge mais o sexo masculino. Dados mostram que, para quatro meninos afetados, uma menina tem a doença. As causas ainda são um tema parcialmente desconhecido pela ciência. Sabe-se que há influência de fatores genéticos e do ambiente, mas ainda há muitas perguntas a serem respondidas, explica Schmidt, que também é pesquisador na área.

A família precisa estimular
Em 2009, Daniel prestou vestibular para o curso de Educação Especial na UFSM. Hoje, ele faz mestrado na área e já participou da organização de grupo e projeto de estudos sobre o tema. Mas a família toda participa, estuda, pesquisa e ajuda o pequeno Arthur, que cursa o 3º ano do Ensino Fundamental.

Além de adorar a escola, Arthur é apaixonado por filmes e tecnologias. O pai aproveitou a paixão do filho e desenvolveu um jogo que o ajuda aprender matemática. Enquanto se diverte, Arhtur também vai ficando craque nos cálculos. Hoje, o menino não precisa de nenhum tipo de medicamento e é independente em muitas coisas de sua rotina,

— A família é a base dos profissionais. É importante sempre ter esperança no seu filho — aconselha Daniel.

Sobre o autismo

- Antigamente uma criança autista era considerada, erroneamente, uma criança surda ou tímida, ou ainda com deficiências mentais e até mesmo psicóticas

- A participação da família e o estímulo à criança são fundamentais para melhorar a comunicação ou outros sintomas da doença

- A cor símbolo da doença é o azul porque o sexo masculino registra mais casos: são 4 meninos afetados para 1 menina

- O símbolo também é um quebra-cabeça porque, apesar dos avanços, a ciência ainda não sabe exatamente a causa do autismo. Até hoje, só se sabe que há fatores genéticos e biológicos

Características da doença

- A criança pode parecer indiferente a diversas situações e comporta-se de modo estranho

- Gosta de jogos e brincadeiras repetitivas

- Prefere brincadeiras solitárias

- Resiste a mudanças na rotina

- Repete frases ou palavras

- Age como se fosse surda

- Tem apego não adequado a objetos

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